Take me Somewhere nice

Blog de um jornalista viciado em música e com paixões variáveis. Pinceladas de cinema, futebol e São Paulo podem aparecer sem aviso.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Erramus

Às vezes é engraçado, às vezes constrangedor, simplesmente bizarro... Mas sempre uma leitura agradável. Com vocês, a coluna “Erramos”, da Folha de S. Paulo de hoje.

“O nome do presidente da Nicarágua é Daniel Ortega, e não Noriega, como informou erroneamente a reportagem.”

“Mato Grosso do Sul foi identificado incorretamente como Mato Grosso em mapa...”

“O número 5 no canto inferior esquerdo do Sudoku foi publicado no quadrado incorreto.”
(detalhe, o negócio foi publicado em 27/12. Quem não conseguiu resolver deve estar puto até hoje)

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Hoje é sábado, duvida?

- Nossa, como demorou pra passar essa semana, não é? Acho que foi por causa do feriado!
- Você achou? Pra mim foi até rápido demais.
- Eu acordei hoje e dei graças a Deus que já era sexta-feira
- Semana passada eu achei que passou mais devagar.


OU


- Nossa, hoje é quarta-feira. Amanhã é quinta, depois sexta e "póf", a semana acabou!
- Huhum


O primeiro diálogo, juro, ouvi hoje, tomando café numa lanchonete. O outro foi o que tive (a minha parte é "huhum") com uma tia minha, quebrando o gelo quando andávamos no carro dela, mudos. Essas conversas nos levam, em nubladas manhãs de sextas-feiras, a pensar, por falta de coisa melhor a fazer:

1)Será que brasileiro fala demais? Sente a necessidade de falar alguma coisa mesmo quando não há nada a dizer?

e a questão metafísica do dia. Brought to you by CASIO:

2)Será que efetivamente o conceito de tempo é particular a cada um, e a semana pode passar mais depressa para determinadas pessoas?


Deixemos a primeira questão pra outro dia. Mas em relação à segunda, talvez tenha parado pra pensar ao ler aquele livro Ébano, que comentei aqui no último post, sobre a África, do genial Ryszard Kapuscinski. Escreve ele:

"O europeu e o africano têm uma noção totalmente distinta de tempo; (...) o europeu deve cumprir prazos, datas, dias e horas. O tempo o oprime com seu rigor, demandas e normas. (....) Para os habitantes da África, o tempo é algo mais solto, aberto, elástico, subjetivo. O tempo chega a ser algo que o homem pode criar, pois a existência dele se revela por acontecimentos, e o fato de algo acontecer ou não depende do homem."

"Tomemos um exemplo prático: se formos a um vilarejo onde deverá ser realizada uma reunião à tarde e, ao chegarmos, constatarmos que não há vivalma, não terá sentido a pergunta: 'quando vai começar a reunião?'. A resposta, já sabida de antemão: 'quando as pessoas se reunirem'."

"O homem da África acredita que uma misteriosa energia flui pelo mundo e que ela, ao se aproximar de nós e nos preencher, nos dá a força necessária para pôr o tempo em movimento – algo começará a acontecer. Enquanto isso não ocorrer, é necessário esperar; qualquer outro comportamento é uma ilusão e leva a nada".

Visto que são os mais próximos da nossa herança africana, qualquer semelhança com os baianos NÃO É mera coincidência, como admitiu, SEM-VERGONHA (e não devia ter, pelo contrário) o meu bróder baiano, Duda.

Como eu sou meio analfa, nas raras vezes que pego um livro fico obcecado pelo assunto. Então, para continuar citando o Ébano, amanhã faço um paralelo entre anões, elefantes, enterros e a África. Não mude de canal, eu sei que você vê National Geographic Channel escondido dos seus amigos.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Brasil cresce 3% e já ocupa Suriname

Muita leitura nessas férias, principalmente no chuvoso Rio de Janeiro, onde os terroristas (atenção à nova designação) roubaram até o Sol. Recomendo a última edição da The Economist, sobre felicidade e Neurociência (!) e o absolutamente sensacional livro Ébano do polonês Ryszard Kapuscinski, dos maiores jornalistas da história. Quando tiver mais tempo eu transcrevo aqui um pedaço. Tudo que li foi na linha food for thought, ração pro CÉLEBRO e combustível de conversas aleatórias de bar. Uma coisa bem bacana que li foi no editoral da Página 22 (sim, esse é o nome da revista da FGV): "Marechal Taumaturgo, no Acre, é a pior cidade para se viver no País segundo o IDH. É que lá não tem asfalto, água tratada, nem creche?: as pessoas andam a pé ou de barco, bebem água limpa na fonte, e as mães ajudam umas às outras no cuidado com as crianças. Qual é o crescimento que queremos?"

Eu cansei (mesmo) de ouvir a discussão "o Brasil tem de crescer x%", como se o PIB fosse o único indicativo de crescimento do País, a única meta que precisamos realmente seguir. "Olha lá, as Ilhas Maurício tiveram um crescimento industrial maior". Que bobagem. Pouca gente pára pra pensar nisso, e os políticos e comentaristas ficam só "repercutindo" as receitas para o crescimento milagroso. PIB de c* é rol* (ou cocô, pra ser mais exato). A problemática precisa de outra solucionática antes: outro artigo legal que li (lembrarei onde) é que o Brasil nem pode crescer tanto, dado os problemas de infra-estrutura, como distribuição de energia, portos, falta de profissionais qualificados em tais níveis... Vamos parar com a palhaçada. E feliz 2007 pra todos. Esse é o ano que definitivamente as coisas - várias - vão mudar. Acredite em mim, e diga aos incrédulos que você leu isso antes no meu blog. Take me somewhere niceR.

Saludos