Viva a entropia!
Em alguma discussão aqui em São Paulo falei de Baixio das Bestas e Cartola para amigos meus, dizendo que eram filmes horríveis. Thelmo me iluminou: "cara, é porque você não viu Sexo & Beethoven. Eu não agüentei ver até o final. E é um curta!" O filme em questão foi cometido por Carlos Gerbase lá pra 1995. Ganhei uma cópia. Além de uma atuação mais que sofrível, os diálogos só são interessantes (ou melhor, não risíveis) pra meia-dúzia de estudantes de filosofia virgens.
Basicamente são dois amigos (Peter e Tigrão) que chamam duas prostitutas num dia qualquer. E, como a situação prevê, eles discutem poesia, filosofia, adjetivos para classificar um esquisito par de seios... Aqui uma passagem:
PETER
Tigrão, elas não estão interessadas em poesia. Elas querem diversão. Elas querem sentimento real. E não cópias fudidas sobre papel.
TIGRÃO
Quanta ignorância. "A poesia não pode copiar ou imitar o sentimento, porque este, que tem forma por si mesmo, em sua esfera, não tem forma diante dela. É apenas caos, é movimento negativo, é o nada".
PETER
Viva a entropia, viva a desordem, viva o movimento negativo. E abaixo os poetas, que me enganaram tanto tempo.
Depois de ver o filme fiquei com a expressão "viva a entropia", achei genial. O legal de S&B é que você assiste e depois muda o conceito de outros filmes. Por exemplo: tinha achado o Homem-Aranha 3 péssimo. Mas depois de S&B, mudou o benchmark, e o aracnídeo já é 2 estrelas. É sério, funciona!
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