Anula lá
Otávio Frias Filho, diretor editorial da Folha, chega na redação depois do jantar, na quarta-feira. De saco cheio com a propaganda eleitoral, começa a escrever alucinadamente, raivoso. Achou que estava destilando o veneno no seu blog (lugar de fazê-lo, nénão?), mas quando se deu conta, estava impresso no seu jornal, no dia seguinte, um editorial, que começava assim:
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Ficou celebrizada a reação do então ministro da Fazenda Mário Henrique Simonsen ao ser indagado sobre o 2º Plano Nacional de Desenvolvimento, que acabara de ser lançado pelo governo de Ernesto Geisel: “Não leio ficção”. Qualificar de ficção o autodenominado programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgado na terça-feira, seria elogioso. As 30 páginas poderiam ser resumidas a uma só, em branco, tamanho o grau de generalidade que expressam.
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O editorial segue nessa linha. Acho que nem o Alckmin conseguiria ser tão incisivo. Fosse essa uma eleição mais madura, os outros candidatos deveriam "repercutir" o editorial da Folha e declarar: “iiiiu!” (Aclkmin) “viiiiiixe!” (HH) e “moraaaaal!” (Cristovam). Bivar se recusaria a comentar.
Mas sério, a Folha bate em todos os candidatos todos os dias, o que é bom - o dever da imprensa afinal. Antigamente era mais simples. Ou você acreditava na imprensa e votava no candidato que ela poupava mais ou menos (Collor, FHC...) ou fazia justamente o contrário: dizia que a imprensa era do mal e votava no "perseguido". Agora perdeu a graça. Ninguém é poupado, todos são perseguidos, não há um coitado para se votar. Uma pena?
I pass.
1 Comments:
E ai Pedro, Beleza?
Você já tem um blog com texto muito bons. Quando você vai fazer um podcast de música pra galera?
Grande abraço!
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